31/08/15

"Um pequeno gesto, uma grande revolução"

Livro extraordinário de Marc Estévez Casabosch para quem quer iniciar esta aventura ou já se interessa há algum tempo por estas coisas da agricultura. É um hobby com grandes vantagens para a natureza e para os humanos, como escrevi em hortiterapia. 

O convite do autor: "Um pequeno gesto, uma grande revolução. Quer entrar nisto ? A produção biológica de alimentos para autoconsumo é uma escola de vida ao alcance de qualquer pessoa. Reencontrar os ritmos da natureza e comer de uma forma saudável, onde quer que viva! Um desafio fácil, criativo, saudável, familiar e divertido. Uma roda de felicidade permanente que, se quiser, o acompanhará durante toda a viagem."

Os puxa-toalha

28/08/15

Para aprender a falar bem


Cada criança tem o seu ritmo, mas o normal é as primeiras palavras surgirem por volta dos 12 meses. Os pais devem estimular o desenvolvimento e falar corretamente com os filhos desde muito cedo.
A grande dúvida com a qual os pais se colocam é: afinal quando é que é suposto o meu filho começar a falar? E se é certo que as crianças têm ritmos diferentes, não é menos verdade que existem marcos típicos de desenvolvimento, que a terapeuta da fala Marisa Lousada sintetiza da seguinte forma:
Por volta dos 12 meses as crianças começam a produzir as primeiras palavras – nomes de familiares, animais de estimação, brinquedos – soltas e mal articuladas;
Até aos dois anos vão começando a juntar duas palavras, com um sentido de frase, que podem também ainda ser mal articuladas;
Até aos três anos devem construir frases simples e depois mais complexas, com alguns erros, sobretudo quando se tratam de situações mais irregulares;
Aos quatro anos, as crianças devem apresentar um discurso compreensível para qualquer pessoa. Podem ter dificuldades em algumas estruturas silábicas, mas vão conseguir produzir a maior parte dos sons.
E de acordo com estes estádios, se aos dois anos e meio a criança “não produz palavras deve ser um sinal de alerta”...

26/08/15

Love and mercy


Quase 300 mil migrantes chegaram desde janeiro à Europa. Face a este grave problema, tem havido as mais diversas posições e manifestações.  Jean Claude Juncker exigiu que os Estados se deixem de desculpas e travem esta crise dos migrantes e escreve "Um apelo à coragem coletiva".

No site da Anistia Internacional-Brasil, encontramos Sete perguntas sobre os refugiados e migrantes que estão morrendo no Mediterrâneo:
4. Por que a Europa deveria ajudar?
Os governos europeus enfrentam um tremendo dilema de vida ou morte. Não fazer o suficiente para ajudar agora mesmo é desumano e indefensável, equivalente a içar a ponte levadiça enquanto crianças, homens e mulheres morrem fora de nossas muralhas.
Pedir asilo é um direito humano, uma parte essencial dos acordos internacionais sobre refugiados que quase todos os governos assinaram depois da II Guerra Mundial.
Mas os governos europeus estão colocando enormes obstáculos para as pessoas que suportaram tanta coisa. Por exemplo, ofereceram um total de apenas 40.137 lugares de reassentamento para refugiados sírios, 30.000 deles somente na Alemanha. Em compensação, somente cinco países vizinhos da Síria acolheram 3.9 milhões de refugiados.
A Europa deve cumprir os acordos internacionais sobre asilo, deve ajudar, como já faz e, responder à crise de forma ajustada, como ainda não está a fazer (Amnistia Internacional-Portugal).
Love and mercy, é o que qualquer ser humano sente por outros seres humanos (certamente a grande maioria) que se arriscam a fugir para lugares onde se possa viver com liberdade, segurança e alguma qualidade de vida.

Mas este é um problema de todos os países, desde logo os de origem, os de passagem e os de destino, mas também os que ficam longe, os que estão em guerra e os que apoiam a guerra, os que vendem as armas, os que lavam as mãos porque isto é lá com a Europa...

24/08/15

Hoje apetece-me ouvir

Brian Wilson  - Love and mercy


I was sittin' in a crummy movie with my hands on my chin
Oh the violence that occurs seems like we never win

Love and mercy that's what you need tonight
So, love and mercy to you and your friends tonight

I was lyin' in my room and the news came on T.V.
A lotta people out there hurtin' and it really scares me

Love and mercy that's what you need tonight
So, love and mercy to you and your friends tonight

I was standin' in a bar and watchin' all the people there
Oh the lonliness in this world well it's just not fair


Na versão Libera:




19/08/15

A chapelada electrónica

Um dos maiores perigos para a democracia chama-se "urna electrónia", tal como funciona actualmente. Nós, por cá, felizmente, estamos mais "atrasados" e espero que continuemos assim por muitos anos ou, pelo menos, possamos aprender com a má experiência (fraudulenta ?) dos outros. 

Hoje apetece-me ouvir: Piazzolla por Barenboim

 Daniel Barenboim 
Libertango - Astor Piazzolla

Em 19 de Agosto de 1950, quando tinha apenas sete anos de idade, apresentou seu primeiro concerto formal, em Buenos Aires.

15/08/15

Portugal +


"A iniciativa Athletes Gone Good elegeu os 20 desportistas que mais se envolveram em causas solidárias no último ano, e colocou o astro português do Real Madrid em primeiro lugar.

Entre as razões apontadas estão os donativos do madeirense para a luta contra o cancro, o pagamento das despesas de cirurgia ao cérebro de uma criança de 10 anos e o seu envolvimento em campanhas de combate à fome infantil e de defesa do ambiente."

"A única mulher"


Maria de Lourdes Pintasilgo chefiou o V Governo Constitucional (01.08.1979 – 03.01.1980).

“Escolhi Maria de Lourdes Pintasilgo pela sua personalidade, ética e carácter”, diz Eanes ao Expresso. 

(23-8-2015)
Dei com esta entrevista de M. L. Pintasilgo a Anabela Mota Ribeiro:
"...No nosso país, apesar de tudo, há ainda uma força grande capaz de ir por novos caminhos. Mas tem que ser absolutamente por novos caminhos. Os caminhos velhos já são demasiado andados, demasiado pervertidos, demasiado cheios de sacos de plástico à direita e à esquerda, cheios de detritos que vamos deixando. São caminhos novos de que precisamos, em todos os aspectos..."
As campanhas dos sacos de plástico, da (dita) esquerda e da (dita) direita foram ultrapassadas pelas dos cartazes mentirosos, pela inanidade dos discursos. De resto, só caminhos velhos... e não perder a esperança.

08/08/15

Eu sou Francisco Sá Carneiro

Moldura oval bronze
Daqui

Espelho meu, haverá alguém mais sá-carneirista do que eu ?

Eu radical me confesso

Não brinquem com as pessoas, respeitem os números

Bumerangue australiano Fotos de Stock



“A história não é minha. Aquela afirmação é falsa”. É assim que Maria João resume a utilização da sua fotografia colada à frase “Estou desempregada desde 2012, para o governo não existo” num dos polémicos cartazes do PS, em declarações ao Observador. Maria João diz que não estava desempregada e que não disse o que está no outdoor.
Esta é mais uma estória infeliz de manipulação da imagem das pessoas para fins propagandísticos. Propositadamente, confunde-se a estória do desemprego e dos subsídios com a história pessoal de indivíduos que nada têm a ver com o assunto, ou seja, manipulam-se grosseiramente os eleitores . 
A manipulação continua a fazer o seu caminho. As campanhas eleitorais são tempo e terreno propício para os manipuladores, como já escrevi:  Manipulação digital dos espíritos, Manipulação, A fada má e o feiticeiro de Oz .
O fotojornalismo desde sempre usou a imagem como forma de manipulação dos espíritos:   These Altered Images Show Photojournalism at Its Worst, Manipulação: o fotojornalismo em questão, Novas formas de manipulação.
Não há vacina para esta mentira. A doença volta sempre, de forma mais virulenta, mas também com a perna mais curta. Os media têm este efeito de bumerangue.

03/08/15

" A pessoa está acima do Estado"


Completam-se, a 2 de Setembro, 70 anos do fim da II guerra mundial.  Konrad Adenaeur, deixou nas suas memórias aquilo que considerou um exame de consciência sobre como foi possível ela ter acontecido. A responsabilidade não é apenas dos políticos mas de cada cidadão,  da mentalidade de um povo que acredita na omnipotência do Estado ao qual tudo sacrifica porque, como refere Adenauer, "a pessoa está acima do Estado". Os sublinhados são da minha responsabilidade.

"... Como pôde o povo alemão aceitar esse Estado nacional-socialista? Como pôde o Governo nacional-socialista começar essa guerra, uma guerra irremediavelmente perdida apesar dos sucessos iniciais?
Como aconteceram milagres de valor e fidelidade ao dever por parte de um povo quando, ao lado, o mesmo povo era alvo dos crimes mais hediondos? Como foi possível prosseguir até ao aniquilamento uma guerra cuja derrota estava anunciada? Como foi possível o povo alemão sujeitar-se a tamanha humilhação?
Envergonhei-me muitas vezes, na época nacional-socialista, de ser alemão e às vezes a vergonha atingiu o fundo do meu coração; cheguei a saber pelo cônsul da Suiça, VonWeiss, das infâmias cometidas por alemães contra alemães e dos crimes planeados contra a Humanidade.
Mas agora, depois da capitulação, ao ver como o povo alemão - mergulhado na fome, frio, miséria e morte, sem esperança e futuro, em completa inferioridade política, desconsiderado por todos os povos da terra - suportava esse destino de forma paciente, parecendo mais forte que toda a miséria, senti-me, de novo, orgulhoso de ser alemão.
Estava orgulhoso do valor com que o povo alemão suportava o seu destino, orgulhoso de como todos, e cada um, suportavam e não desesperavam, como evitavam e fugiam da miséria, aspirando a um futuro melhor.
Deixei que a Historia alemã dos últimos cem anos passasse diante de mim, e interroguei-me como fora possível este percurso. Era uma pergunta que todos deviam colocar a si próprios.
Se queríamos sair da miséria, desse abismo, se queríamos encontrar o caminho certo da recuperação, devíamos reconhecer, primeiro, como nos tinham levado a esse abismo.
Só era possível encontrar o  caminho certo, sabendo como chegáramos a esse sinistro período da Historia do povo alemão. Só um exame de consciência poderia levar ao ressurgimento.
...
Interrogava-me sobre os graves motivos que, fazendo-nos vacilar de um lado ao outro, nos tinham lançado do alto até o abismo. Os pormenores não têm importância nessa reflexão, mas havia que procurar, a fundo, os motivos que causaram a catástrofe.
Em minha opinião, eles vêm de trás, remontam ao período anterior a 1933. O nacional-socialismo levou-nos directamente a  catástrofe, mas não teria sido tão mau se não tivesse encontrado, na população, o terreno favorável a sua semente de veneno. Tomou as máximas proporções "em largos extractos da população”. Não é justo culpar apenas as chefias militares ou os grandes industriais. É certo que estes têm grande parte da culpa, e a sua culpa pessoal foi tanto maior quanto o seu poder e influência. Mas as grandes classes populares, os agricultores, a classe media, os trabalhadores, os intelectuais, não assumiam uma postura mental sincera. Caso contrario, não teria sido possível o triunfo do nacional-socialismo no ano de 1930.
O povo alemão sofria há muitos anos, em todas as classes sociais, de uma falsa opinião do Estado, do poder, da situação do indivíduo perante o Estado. Tinha feito deste um ídolo e tinha-o levado ao altar: tinha sacrificado a este ídolo o indivíduo, a sua dignidade e valor.
Esta convicção da omnipotência do Estado, da sua primazia, da sua concentração de poder sobre tudo o resto, incluindo os eternos valores da Humanidade, atingiu o seu auge depois da gloriosa guerra de 1870-71 e do forte crescimento económico da Alemanha.
...
O rápido desenvolvimento da industrialização, a concentração das grandes massas de população nas cidades e o desenraizamento que ela provoca deixaram o caminho livre para o devastador contágio do conceito materialista no povo alemão. Este conceito levou necessariamente a uma sobrevalorização do poder, a custa da diminuição dos Valores éticos e da dignidade do individuo.
O nacional-socialismo não foi senão uma consequência, levada até ao crime, daquele conceito materialista do mundo que acaba na adoração do poder e no desprezo pelo valor do individuo.
A um povo preparado mental e espiritualmente para um conceito materialista, obediente a um Estado todo poderoso,era relativamente fácil, a mínima dificuldade material que surgisse, impor uma doutrina segundo a qual a própria raça é a raça soberana e o próprio povo é o povo soberano; os restantes povos são fracos, e em parte dignos de serem exterminados; mas também dentro da própria raga e do próprio povo deve ser eliminado, por qualquer preço, o adversário politico.
Esta opinião sobre o poder, sobre a omnipotência do Estado e sua primazia face à dignidade e liberdade da pessoa, é contrária a lei natural. A pessoa está acima do Estado. Na sua dignidade, liberdade e independência, encontra o poder do Estado o seu limite e orientação. Mas a liberdade pessoal não é ilimitada e arbitraria. Obriga qualquer pessoa, quando faz uso  da mesma,a pensar sempre na responsabilidade que tem para com o próximo e para como povo.
Penso que o Estado deve assumir uma função de serviço perante o individuo. O conceito materialista do Mundo transforma o homem em algo impessoal, numa pequena peça de uma monstruosa máquina.
Este concerto do Mundo é pernicioso. Perante a dispersa, desordenada e amorfa massa em que se tornara o nosso povo depois da guerra, era necessário dar uma palavra a cada indivíduo, conduzi-lo à tranquilidade e ao sentido de responsabilidade. Até que ponto se poderia adoptar este procedimento, era a pergunta  que me parecia fundamental para o destino do nosso povo.
Estava convencido que empreendendo esta tarefa com convicção e realizando-a com habilidade e entrega recuperaríamos pessoas que, pela sua firmeza de carácter e segurança de juízo, podiam ser preparadas e motivadas para a condução política, moral e intelectual."

A II Guerra Mundial - 50 Anos Depois, Diário de Notícias

02/08/15

Liberdade e dignidade

"A liberdade é o fundamento da dignidade humana. Perante alguém livre, impõe-se o respeito (de respicere: ver e ser visto no mútuo reconhecimento). Cá está: o ser humano não é coisa, não é meio; por isso, não tem preço. Embora a liberdade humana seja finita e sempre em situação, a pessoa pertence ao reino dos fins. Immanuel Kant viu isso bem: as coisas têm um preço, porque são meios; o homem não é meio, mas fim e, por isso, tem dignidade. A dignidade co-implica direitos fundamentais, que se impõe reconhecer. As constituições democráticas reconhecem direitos fundamentais, inalienáveis, não os concedem." Anselmo Borges, Liberdade e Dignidade, DN,1-8-2015