30/05/15

"Os amigos nunca são para as ocasiões"


Uma das melhores definições de amizade encontra-se no poema de Eugénio de Andrade (Poesia em verso e prosa): Os amigos
Os amigos amei
despido de ternura
fatigada;
uns iam, outros vinham,
a nenhum perguntava
porque partia,
porque ficava;
era pouco o que tinha,
pouco o que dava,
mas também só queria
partilhar
a sede de alegria –
por mais amarga.
Ou, talvez, a melhor definição de amizade seja a de Miguel Esteves Cardoso (Explicações de Português):
Os amigos nunca são para as ocasiões. São para sempre. A ideia utilitária da amizade, como entreajuda, pronto-socorro mútuo, troca de favores, depósito de confiança, sociedade de desabafos, mete nojo. A amizade é puro prazer. Não se pode contaminar com favores e ajudas, leia-se dívidas. Pede-se, dá-se, recebe-se, esquece-se e não se fala mais nisso.
A decadência da amizade entre nós deve-se à instrumentalização que tem vindo a sofrer. Transformou-se numa espécie de maçonaria, uma central de cunhas, palavrinhas, cumplicidades e compadrios. É por isso que as amizades se fazem e desfazem como se fossem laços políticos ou comerciais. Se alguém «falta» ou «não corresponde», se não cumpre as obrigações contratuais, é logo condenado como «mau» amigo e sumariamente proscrito. Está tudo doido. Só uma miséria destas obriga a dizer o óbvio: os amigos são as pessoas de que nós gostamos e com quem estamos de vez em quando. Podemos nem sequer darmo-nos muito, ou bem, com elas. Ou gostar mais delas do que elas de nós. Não interessa. A amizade é um gosto egoísta, ou inevitabilidade, o caminho de um coração em roda-livre.
Os amigos têm de ser inúteis. Isto é, bastarem só por existir e, maravilhosamente, sobrarem-nos na alma só por quem e como são. O porquê, o onde e o quando não interessam. A amizade não tem ponto de partida, nem percurso, nem objectivo. É impossível lembrarmo-nos de como é que nos tornámos amigos de alguém ou pensarmos no futuro que vamos ter.
A glória da amizade é ser apenas presente. É por isso que dura para sempre; porque não contém expectativas nem planos nem ansiedade.
A amizade é uma estrada de dois sentidos - exige escolha mútua e reciprocidade de afecto e comportamento (Garbarino). Por isso é diferente de popularidade (que pode ser unilateral). 
A amizade do facebook e de outras redes sociais, embora aceite, é baseada na popularidade e na quantidade de amigos. Não há nada de mais falso no campo da amizade. A amizade não é popular. Pode até ser incompreendida aos olhos da família, da maioria, de outros amigos... 
Todos sabemos, e os educadores, em particular, devem ter consciência disso, que a amizade muda com o passar dos anos e faz parte do desenvolvimento do ser humano.

Exerce um papel importante no processo de socialização das crianças. Os primeiros contactos com o mundo fora do círculo familiar são importantes para as crianças aprenderem a tomar decisões, estabelecer regras, aceitar as diferenças, conviver em grupos, aprender a solidariedade. 
Os amigos contribuem para o desenvolvimento psicológico saudável, dão às crianças um sentimento de bem-estar e melhoram a autoestima/autoconfiança, ajudam o desenvolvimento intelectual e afectivo do indivíduo (Piaget), são factor de protecção social.
O processo de construção das amizades é também factor de preocupação, ansiedade e origina conflitos difíceis de ultrapassar. 
Como veremos, na adolescência, a amizade vai ser um dos aspectos fulcrais do desenvolvimento. 

22/05/15

Paradoxo



"Este programa tem aumento de despesa, mas também tem redução de despesa. Tem diminuição de receita, mas também tem aumento de receita", respondeu o líder socialista.

Já tinha percebido, isto é, não tinha percebido. Qualquer coisa serve. Não se pode rir, ou melhor, também se pode rir. Como aqui.
É o chamado paradoxo Costa.

(11-1-2016)
Costa perdeu as eleições mas também as ganhou !

20/05/15

Jovens adultos

Em 2012, o presidente Cavaco Silva lançou a iniciativa “Roteiros do futuro” tendo como preocupação pensar nas novas gerações e prepará-las para o futuro.
Os roteiros do futuro focalizam preocupações e problemas actuais do país: "Nascer em Portugal" sobre demografia, fecundidade e natalidade;  “Portugal na Balança da Europa e do Mundo”;  Para uma "Economia Dinâmica". O 4º roteiro, extremamente actual, sobre "Portugal e os Jovens - Novos Rumos, Outra Esperança", explorou os temas sobre participação política, emprego, lazer e cultura e mobilidade. 

A base da reflexão foi um estudo sobre jovens portugueses, num total de 1612 entrevistas a indivíduos com 15 anos e mais. 
Vou referir apenas algumas das conclusões principais do Relatório no que se refere à população jovem:
- As taxas de desemprego atingiram cerca de 1/3 da população jovem entre 15-24 anos, situação que arrisca tornar-se estrutural, considerando que mais de 50% dos jovens adultos desempregados entre 25-34 anos já se encontra nessa situação há mais de um ano.
- A maioria dos portugueses considera que a principal causa do desemprego juvenil é haver “cada vez menos empregos para quem está a entrar no mercado de trabalho”. 
- O valor da “estabilidade” e “segurança” no domínio do trabalho continuam a ser as orientações dominantes entre os mais jovens. 
Sobre a mobilidade estudantil e laboral, as novas gerações mais escolarizadas apresentam valores mais elevados de mobilidade estudantil internacional a nível do ensino superior. 
Atitudes perante a política: Os jovens estão acima da média nacional no que diz respeito à satisfação com a democracia, mas também são aqueles que menos procuram notícias sobre política, menos pertencem a partidos, participam pouco em associações cívicas (com excepção de grupos desportivos e associações juvenis e estudantis), e envolvem-se pouco em actividades cívicas e políticas. Quanto à identificação partidária, menos de um terço dos jovens afirma ter simpatia por um partido. 
- As actividades culturais e de lazer são mais praticadas pelos jovens... 
- A prática de actividades culturais e de lazer é em larga medida definida pelas condições culturais e socioeconómicas dos indivíduos. 

Estes indicadores não nos deixam descansados e Cavaco Silva considera: 
. os jovens precisam de “respostas concretas” e não de “meras palavras” para resolver os seus problemas;
.“Portugal não pode desperdiçar o imenso capital humano dos seus jovens”, e que “É essencial criarmos condições para atrair aqueles que, por diversos motivos, optaram por fixar-se no estrangeiro”;
. “é agora, em que os laços com o seu país ainda se mantêm vivos, que devemos fazer um esforço acrescido” para que regressem;
. se nada for feito, “o país perderá duplamente: por um lado, perde o investimento feito na formação de uma geração de excelência; por outro lado, perde o contributo desses jovens para, com o seu talento e a sua iniciativa, ajudarem Portugal a regressar a uma trajectória sustentável de crescimento económico e de criação de emprego e riqueza”;
. apesar de ser a geração “mais qualificada” de sempre, é também aquela que enfrenta os “grandes desafios": “Os jovens do nosso tempo terão de lidar com a incerteza de uma forma que não conhecemos no passado;
. mostrou-se ainda preocupado com “o actual estado de afastamento da juventude portuguesa em relação à vida colectiva do seu país”;

Os avisos estão feitos. Por isso não vale a pena fingir que não há interveção presidencial. Só por distracção, má vontade ou má fé.
É urgente tomar medidas em relação ao emprego dos jovens mas em particular merece cuidado especial o grupo dos jovens adultos, dos 25 aos 34 anos.

19/05/15

Observador



Pelo direito à informação, pela liberdade de expressão, parabéns !

O “Observador coloca a liberdade no centro das suas preocupações e defende uma sociedade aberta, com instituições respeitadoras da lei e dos direitos individuais. Acreditamos que o desenvolvimento harmonioso tem de ser inclusivo e não deixar ninguém para trás.” Assumimos também “os princípios fundadores da Civilização Ocidental, derivados da antiguidade greco-romana do Cristianismo e do Iluminismo”.

18/05/15

Visão do futuro


A RTP2 mostrou a 13 de Maio, "o documentário “Esboços de Frank Gehry”, a última obra do realizador Sidney Pollak. Pollak é o realizador de grandes filmes como “África Minha”, “Tootsie” ou “Os Cavalos Também se Abatem”, distinguido com uma coleção de óscares durante a sua carreira. Esboços de Frank Gehry, é um documentário de 2005, uma biografia notável do célebre arquiteto, amigo de Pollak, que explica o processo criativo de Gehry, desde os primeiros rabiscos à obra construída."

Infelizmente, em Lisboa, podíamos ter um obra de Frank Gehry se não tivéssemos um "progressista" que na altura em que era presidente da Câmara pensava em pequeno e agora quer "pensar em grande". De facto, António Costa enterra projecto de Frank Gehry para o Parque Mayer. Também teria "enterrado" o túnel  do Marquês se tivesse chegado mais cedo à câmara.
A falta de visão do futuro dá cada vez mais nas vistas.

Rivalidades: Bandas e bandos...

É um dos episódios mais pitorescos da rivalidade, no campo da música, descrito por F. Lopes-Graça (Disto e Daquilo, Ed Cosmos, Lisboa,1973, cap. "Recodações em dó maior").
Termina com a tradicional rivalidade clubística benfiquista-sportinguista que, nos dias de hoje, é mais portista-benfiquista... De resto, não mudou nada.

"Quanto aos restantes dois organismos musicais tomarenses, esses não dividiam os espíritos: rachavam as cabeças dos seus respectivos prosélitos.
Eram eles a Banda Republicana Marcial Nabantina, com sede no bairro de Aquém-da-Ponte; e a Sociedade Filarmónica Gualdim Pais, que se agremiava no bairro de Além-da-Ponte, também chamado «Espanha». À rivalidade politico-económica existente entre os dois bairros da cidade correspondia, naturalmente, a rivalidade artística das suas respectivas filarmónicas. Esta rivalidade traduzia-se magnìficamente nas apelações populares de cada uma das filarmónicas, apelações derivadas de certa particularidade dos seus uniformes, e que vale a pena registar, apesar do seu picaresco algo despejado.
Os filarmónicos da Gualdim Pais encimavam os seus bonés por uma pluma enristada; ao passo que os barretes dos da Nabantina se distinguiam por um estranho orifício praticado logo acima da pala. Daí advinha o chamarem à Gualdim Pais a «Música do pau teso» e à Nabantina a «Música do cu aberto». Está-se a ver que com tão frescas e irreverentes alcunhas aquilo devia ser mesmo um sarilho... E era. Sempre que as duas bandas se enfrentavam, tínhamos a música desafinada. Festa ou romaria abrilhantada por ambas elas desandava ordinàriamente em heróica e homérica refrega, da qual saíam os trombones amachucados, as flautas rachadas, os bombos estoirados, à força de serem utilizados como armas agressivas ou pararem os golpes do adversário. E é bem de ver que nem só os pobres dos instrumentos pagavam as custas da rivalidade entre as duas bandas, transforrnadas em dois autênticos bandos, com os seus competentes partidários, que, em geral, são os mais assanhados nestas contendas clubistas. Aquilo era mesmo como as actuais e por vezes sangrentas lutas entre «benfiquistas» e «sportinguistas»..."

Música: cultura, educação, arte...

14/05/15

Portugal positivo e solidário



Alguns portugueses têm vindo a mostrar-se como pessoas de sucesso e solidárias.
São pessoas que são capazes de inovar, de criar novas respostas face aos novos problemas e aos novos desafios das mudanças na sociedade.
São pessoas que mostram o melhor de si que, independentemente das próprias dificuldades, ou da política do momento, são capazes de compreender as dificuldades dos outros.

Três exemplos transmitidos pela comunicação social: 
A 25 de Abril, no Nepal, um terramoto matou 8 mil pessoas. Aliás atingido terça-feira passada por novo terramoto.
Os portugueses Pedro Queirós e Lourenço Macedo Santos que estavam no Nepal a viver a tragédia, não regressaram a Portugal e ficaram no local para apoiarem as pessoas em dificuldade.
Para eles “As pessoas do Nepal, Portugal e já de outros países, não param de nos apoiar. Somos uns sortudos por estarmos a viver tudo isto desta maneira tão intensa. Por podermos ajudar e por poder partilhar com toda a gente aqui pelo Facebook. Porque nos sentimos embaixadores não só de Portugal, mas também da raça humana…”

Maria da Conceição queria ser a primeira mulher portuguesa a escalar o Evereste. Conseguiu e, em 2013, tornou-se a primeira mulher portuguesa a alcançar o topo do Evereste.
O seu desafio, a que deu o nome de 777 Challenge, e através do qual pretendia correr sete ultramaratonas, em sete continentes, durante sete semanas.
O objectivo da atleta era conseguir um milhão de dólares (730,4 mil euros) para a Fundação Maria Cristina, que criou no Dubai, e que ajuda crianças pobres dos bairros de lata do Bangladesh. 
Maria da Conceição é hospedeira de bordo e presidente de uma organização que ela própria criou, a Fundação Maria Cristina. O nome é uma homenagem à mulher que a criou em Portugal, quando a sua mãe adoe­ceu, aos 2 anos, e morreu quando ela tinha 10 anos, mas a ideia é continuar es­se espírito honrando a sua memória. O di­nheiro dos patrocinadores será para promover pro­jectos educativos para 600 crianças pobres do Bangladesh.

Um grupo de médicos voluntários está a dar consultas gratuitas, de várias especialidades (dermatologia, cirurgia, urologia, ginecologia, ortopedia e pneumologia, entre outras), no interior do distrito de Bragança, para que os cidadãos não tenham que se deslocar aos hospitais dos centros urbanos.
"Fazemos cirurgias e outros tratamentos e resolvemos alguns problemas de saúde a uma população muito envelhecida como é a das zonas interiores do país e que de outra forma teriam dificuldade em se tratar", afirmou à Lusa António Massa, presidente da Sociedades Portuguesa de Dermatologia (SPD) e um dos mentores do projecto.
Para isso, os clínicos abdicam de parte dos seus tempos livres.
Pretendem alargar o projecto a outras zonas do país. 

Estes são exemplos de que conhecemos alguns nomes mas há muitos outros profissionais que são seres humanos maravilhosos na nossa vida de todos os dias tentando melhorar a vida de outros seres humanos mais fragilizados. Trabalham nos hospitais, nas escolas, nas empresas, nas associações solidárias… têm um a visão positiva da vida, estão altamente motivados e contribuem para um país cada vez mais positivo e mais solidário.

06/05/15

Viver o nosso tempo



"As pessoas estão dentro do fluir do tempo como estão dentro da sua própria pele sem poderem fugir dela." (P. Varela)
O ser humano vive nas dimensões do espaço e do tempo e é influenciado por elas. Podemos ter alguma escolha em relação ao espaço mas em relação ao tempo ainda não somos capazes de o influenciar.
Dentro de certas limitações podemos escolher a cidade ou a casa onde vivemos. No entanto, não podemos parar o desenvolvimento ao longo do tempo e ficarmos crianças para sempre...
O espaço de vida não se limita à situação presente mas inclui o passado, presente e futuro e o que nós somos depende desta perspectiva total. *

A psicologia refere alguns aspectos em relação ao tempo: A adaptação ao tempo, a percepção do tempo e o conhecimento do tempo.

Pressa, calma, atraso, pontualidade, madrugar, deitar tarde ou cedo, etc. são aspectos que temos que resolver com o nosso tempo. A nossa fisiologia tem que se adaptar ao tempo: horas, mudança da hora, ciclos dia-noite, estações do ano, luz, temperatura…
Nem sempre o tempo do relógio está de acordo com o tempo do organismo e ai surgem os problemas fisiológicos e mentais. As mudanças de estação do ano influenciam o humor e a ansiedade nas pessoas (Perturbação afectiva sazonal - DSM).

A percepção do tempo é a vivência pessoal do tempo ou o tempo subjectivo. O tempo é mais lento quando esperamos ser atendidos no hospital e passa muito depressa quando estamos com a pessoa que amamos ou com os amigos.
A lentidão tem a ver com a monotonia e ausência de mudanças na nossa vida. Daí a necessidade de luta pelo estímulo de que já falámos aqui.
As pessoas com stress passam a vida numa correria contra o tempo e nunca têm tempo para nada. Os ansiosos tendem a viver antecipadamente aquilo que pensam que os ameaça nos momentos ou horas seguintes. Os procrastinadores, isto é, os que “deixam para o dia seguinte o que podem fazer hoje”, não sabem organizar o tempo e tem dificuldade em tomar decisões.

O conhecimento do tempo é o modo como viajamos no tempo, a atitude perante a passagem do tempo. "O amanhã é uma dimensão exclusivamente humana que não existe para os animais."(P.Varela)
A passagem do tempo pode ser vivido com optimismo e pessimismo. O que geralmente distingue estas duas atitudes são as motivações as aspirações e os projectos 
Há pessoas que têm uma perspectiva temporal de futuro longa, são pessoas que possuem autoestima positiva, bons níveis de aspiração e rendimento. Podem não ser os mais jovens.
Outras pessoas não. Ficava apreensivo quando na consulta, alguns jovens não queria saber do futuro, “ não me falem de futuro”, diziam às vezes, o que significava muitas dificuldades em relação à orientação escolar e profissional.
A perspectiva temporal de futuro longa, a chave do sentido do tempo não está na idade, no poder de compra ou no género, depende mais do nível educativo médio ou alto e da companhia e carinho de alguém que nos pode fazer pensar que a vida vale a pena.
O tempo é um bem escasso e é por isso que temos sempre falta dele. Lidamos mal com o tempo, ou com stress ou com aborrecimento. Mas o tempo, de certeza, que nos reserva ainda surpresas agradáveis e podemos sempre reviver as recordações felizes.
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Pilar Varela, Ansiosa-mente, A Esfera dos Livros.
Maxime Morsa, "Quelques choses à retenir du temps qui passe", le cercle psy, nº 15
J. Nuttin, Motivation et perspective d'avenir, Leuven, Presses Universitaires de Louvain.

* Investigação de Zimbardo: "a representação concreta do presente reside entre a construção psicológica do passado e antecipação de acontecimentos futuros ... É a predominância de um registo que permite diferenciar os indivíduos e os grupos, assim como as condutas, em função de uma situação precisa". É também o que explica os resultados na experiência marshmallow (Walter Mischel), M. Morsa, pag. 85-86.


03/05/15

Hoje apetece-me ouvir: Frank Sinatra



Frank Sinatra - High Hopes

Não há problemas quando a mãe está por perto. Parabéns a todas as mães!

Portugal +

"Fazemos cirurgias e outros tratamentos e resolvemos alguns problemas de saúde a uma população muito envelhecida como é a das zonas interiores do país e que de outra forma teriam dificuldade em se tratar", afirmou à Lusa António Massa, presidente da Sociedades Portuguesa de Dermatologia (SPD) e um dos mentores do projeto.As especialidades médicas são, entre outras, a dermatologia, cirurgia, urologia, ginecologia, ortopedia e pneumologia.Este trabalho está em curso em Freixo de Espada à Cinta, distrito de Bragança, havendo um projeto de o alargar a outras zonas do país, o qual deverá estar concluído no próximo outono. Para isso, os clínicos abdicam de parte dos seus tempos livres."

Não sabemos todos os nomes mas estes médicos são verdadeiramente solidários e merecem ser louvados pela capacidade de empatia com o sofrimento dos mais desprovidos de apoio médico do nosso país. 

Era bom que este exemplo fosse adoptado por outras regiões, como é referido que vai ser, onde, por exemplo, as carências a nível da oftalmologia sempre foram injustificáveis, não só após 2009. 

Um dia acabarão as listas de espera se houver médicos que, como estes, tiverem inteligência e coração para não se desculparem com os ministérios e todas as outras desculpas, justificáveis algumas, que não dão saúde a ninguém.