31/08/10

Nós por cá todos bem...


Escola do 1º ciclo de S. Miguel d'Acha

Noticiou a Gazeta do Interior que "o distrito perde 11 escolas no novo ano lectivo, mas sem polémicas". Pois é. No que diz respeito a S. Miguel d' Acha, pelo menos,  houve e há mesmo polémica. Muitos pais não concordam com o fecho da escola. A freguesia perde a escola, mas perde muito mais do que isso. Perdem as crianças, perdem os pais e perdem todos.
O fecho da escola foi mesmo polémico.
Mas a polémica pouco me interessa. Os pais dos alunos queriam apenas a escola aberta!

26/08/10

“Para acabar de vez com a avaliação de desempenho”



Tenho esperança de que não se repita a discussão que gerou a avaliação de desempenho de Maria de Lurdes Rodrigues. Foi o tempo mais confrangedor a que assisti na já longa vida profissional no sector da Educação. Nunca tinha visto professores contra professores de forma tão encarniçada.
Mas não sei… o processo continua atribulado. A figura do relator é …mais “moderna” e, parece, mais no sentido da avaliação “career chat”.
Mas a questão é a própria avaliação de desempenho… e essa não diz respeito apenas aos docentes mas a toda a função pública e a todas as empresas.
Aquela conversa de que os trabalhadores, perdão, colaboradores, não querem avaliação de desempenho… não é, afinal, bem assim. Há muita gente, gestores, investigadores que pensam de forma diferente.
Lucy Kellaway, no Outlook 86, pag. 8, (Diário Económico), dá conta da sua própria experiência.
“Nos últimas 30 anos fui avaliada dúzias de vezes na qualidade de banqueira, jornalista, e directora não executiva. Vivi vertiginosamente durante tempo de mais e, muitas vezes, da forma mais complicada. Também sobrevivi à moda das avaliações informais, vulgarmente chamadas “career chat” e marcada por um pretenso ar de igualdade. As modalidades variaram muito: frente-a-frente numa mesa, sentada num sofá, e, inclusive, “à deux et à trois”, com um facilitador colado a mim. No entanto, nunca aprendi nada sobre a minha pessoa. Tal como nunca fixei metas a atingir. Fiquei sempre com a impressão de que é como jogar às adivinhas, apesar de não haver uma resposta certa para adivinhar e de não ter a mesma graça.
Na prática, temos de passar horas e horas na conversa, e, de tempos a tempos, engolir uma mistura indigesta de elogios e críticas relativos a situações que tiveram lugar num passado remoto e nos deixam desmotivados e confusos sobre uma questão elementar: será que tenho feito um bom trabalho ? Os resultados da conversa são arquivados e ficamos ligeiramente paranóicos com o conteúdo. No entanto, sabemos pela experiência que tipo de atenção lhe vai ser dada: nenhuma ! “
Refere, na sua crónica, Samuel Culbert que declarou num programa de rádio que “todos os sistemas de avaliação são uma fraude… Diz, aliás, que são um retrocesso ou se quiserem, um regresso ao tempo da gestão por objectivos e, que apenas subsistiram porque ajudavam os gestores maquiavélicos a manter os funcionários no seu posto e porque os gestores de recursos humanos são como o KGB quando se trata de ocultar informações.”
Para L.Kellaway, a alternativa seria “gerir”. “Quando a gestão é boa as avaliações formais tornam-se desnecessárias. Os gestores que nada fizeram para preencher o hiato até sairiam a ganhar se acabassem com a história da avaliação. Não só poupavam tempo e energia como punham um ponto final no cinismo e na desconfiança.”
Fui avaliado durante toda a minha vida profissional. Também fui avaliador. Passei pelos vários procedimentos. Ao sabor das leis e das suas modificações consoante a governança. Mas, mesmo assim, em que a avaliação hierárquica esteve sempre envolvida – esta avaliação pelos pares, no sector de educação, é mais um factor do cinismo e da desconfiança, mesmo que se crie agora essa figura do relator.
Tive bons líderes e gestores e era desnecessária qualquer avaliação de desempenho.
Também “passaram” pela minha vida profissional serventuários obedientes/beneficiários do poder, que só serviram para se servir.
Tudo resumido, de facto, a avaliação de desempenho nunca serviu para nada nem a mim nem, que eu saiba, ao sistema.

25/08/10

Tejo que levas as águas

Tejo - Fratel
                                                              ...
                                                             Afoga empenhos favores
                                                             vãs glórias, ocas palmas
                                                             leva o poder de uns senhores
                                                             que compram corpos e almas
                                                              ...
                                                                  (Manuel da Fonseca)

24/08/10

Fecho de escolas

Leio no Correio da Manhã , de 24-8-2010
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Os habitantes de Santana do Campo, no concelho de Arraiolos, vão amanhã manifestar-se contra o encerramento da escola primária da pequena aldeia alentejana.
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O protesto tem origem na Comissão de Pais, Avós, Encarregados de Educação e Comunidade de Santana do Campo. "A Comissão considera que esta é uma escola com sucesso e que não se devem considerar as crianças apenas como números", pode ler-se no documento a que o CM teve acesso. A acção, que também está a ser comunicada através de SMS, conta com o apoio da Câmara Municipal de Arraiolos.

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O bispo de Lamego, D. Jacinto Botelho, alertou para as implicações familiares e sociais do encerramento de escolas primárias. Só no concelho de Lamego, vão fechar 21 estabelecimentos. "Estamos a retirar das nossas populações, já tão carenciadas e esquecidas, um meio que ainda poderia ser um agente de atracção, pelo que o encerramento das escolas é um factor que no futuro contribuirá, sem dúvida, para uma maior desertificação", sublinhou D. Jacinto Botelho, defendendo a manutenção de escolas com mais de dez alunos.

Fecho de escolas

Releio no Reconquista de 7-5-1999


22/08/10

Aberração pedagógica ...

Leio em DaNação (22-8-2010), de Luís Costa:

"Encerrar uma escola numa cidade — ou até numa aldeia que tem outros aglomerados populacionais muito próximos e com bons acessos — não é a mesma coisa que fechar uma escola numa aldeia situada nas montanhas, longe das estradas nacionais, longe da sede do concelho ou de outra localidade onde se constrói um centro escolar. No primeiro caso, será apenas uma questão de distância, uma diferença de minutos no percurso quotidiano das crianças, que não tem repercussões individuais nem sociais significativas. Neste contexto sim, valerá a pena andar mais um ou dois quilómetros para ter uma escola com melhores equipamentos. No segundo caso, tudo muda de figura. As distâncias são, na perspectiva da criança, esmagadoras: há o frio; há a neve; há o tempo de levantar e de sair de casa com o cantar do galo; há um local estranho cheio de estranhos, longe do regaço materno; há o tempo de chegar a casa com a aldeia já mergulhada nos mantos nocturnos; há uma violenta fissura rasgada na infância. Neste caso, a criança é literalmente arrancada como uma raiz e transplantada a seco. Neste caso, as repercussões do encerramento da escola — quer a nível individual quer a nível social — são arrasadoras. Neste caso, encerrar a escola é, a prazo, encerrar a aldeia, como quem corta um olmo com séculos de existência apenas para ganhar um lugar de estacionamento. Encerrar uma escola numa aldeia destas é um execrável acto político, uma aberração pedagógica e um crime social."

21/08/10

Fecho de escolas e desertificação

Leio no Expresso de 21 de Agosto:

"A medida do governo acelera a desertificação do mundo rural". (José Alberto Correia, prof. da Fac. Psicologia do Porto)

"A inexistência de escolas é limitante para uma família se instalar no meio rural". (Henrique Pereira dos Santos, arquitecto paisagista).

Escolas de pequena dimensão - alternativas

Leio no DN Portugal , de 18/5/2010

O encerramento das escolas com menor dimensão, inserido na reorganização da rede escolar, tem vindo a verificar-se desde o ano 2000. Até 2009, tinham sido encerradas mais de 2500 escolas, de acordo com o Ministério da Educação. O projecto pretende integrar as crianças dos meios mais isolados em escolas maiores que têm mais meios e podem aumentar as suas hipóteses de sucesso.

No entanto, o coordenador nacional do Projecto Escolas Rurais e director executivo do Instituto das Comunidades Educativas, Rui d'Espiney, alerta para as consequências negativas desta reforma. "Temos de ter em conta o factor do prejuízo evidente para as crianças, que têm de fazer longas distâncias para chegar à escola e chegam a passar 10 a 12 horas fora de casa", indica o especialista.

Por outro lado, Rui d'Espiney lembra que "a escola rural não é um factor de insucesso, como se acreditava". Estudos mostram que "a percentagem de insucesso escolar no Alentejo litoral rural é 1% superior ao da média das escolas urbanas. O que é uma percentagem irrelevante", explica o sociólogo.

Já a mudança dos alunos do meio rural para o meio urbano aumenta o insucesso destas crianças, indica Rui d'Espiney. A acrescentar a estes problemas, está o maior isolamento das populações.

“Protocolo chapéu” ou "protocolo barrete" ?

Leio no Correio da Manhã, de 21 de Agosto 

Câmaras estão arrependidas
O protocolo que determina o encerramento de escolas do 1º ciclo não está a ser respeitado por parte das Direcções Regionais de Educação (DRE), existindo cada vez mais municípios arrependidos de terem aceite as condições negociadas.
'Temos muitos munícipios arrependidos de terem assinado os protocolos com as direcções regionais de educação. Lamego, o mais afectado com o fecho da escolas, é um deles', afirma António José Ganhão, explicando: 'Existe um protocolo chapéu, entre associação de municipios e ministério, que prevê ser o ministério a assumir as despesas de deslocação dos alunos. As direcção regionais de educação andaram a negociar a seu bel-prazer'
Para já, a ANMP 'vai reavaliar o protocolo assinado em Junho e perceber quais as condições que não estão a ser cumpridas'. 'As direcções regionais de educação não podem negociar com os municípios sem respeitarem o que está estabelecido no protocolo que rege toda esta situação', acrescenta, sublinhando 'a necessidade de continuarem as negociações com o ministério até que tudo fique claro'.

18/08/10

Para além da CIF

Algumas reflexões breves sobre o assunto:

1. “Diagnosis remains static”. Será ? Um dos erros de que enferma a metodologia de utilização da CIF é esta perspectiva que R. Simeonsson tem sobre o diagnóstico.
A CIF seria mais dinâmica uma vez que caracteriza a situação da pessoa não só relativamente às funções do corpo mas também em relação ao ambiente.
Desde os anos 70 que aprendi coisa diferente em psicopedagogia especial e em avaliação e diagnóstico psicológico, com Bairrão Ruivo. Falava ele, e nós a partir dos seus ensinamentos, em diagnóstico psicológico progressivo, em que eram tidas em conta não apenas a avaliação psicológica mas todos os outros aspectos médicos, pedagógicos, mesológicos, etc.
Aliás, subjacente a qualquer avaliação diagnóstica está uma perspectiva desenvolvimentista, o que significa mudança sistemática no diagnóstico dado o processo de desenvolvimento da criança. Diagnóstico estático nega o desenvolvimento. Diagnóstico é sistémico no espaço e no tempo (Bronfenbrenner) e por isso não pode ser estático.
Por isso, não se compreende como se é peremptório na afirmação de que o diagnóstico é estático.
A própria CIF deve estar em actualização permanente (como acontece, aliás, com outros instrumentos de classificação, como o DSM) e não dispensa nem funciona sem os diversos diagnósticos: psicológico, médico, pedagógico, social…
Optar pela CIF porque supostamente é dinâmica e o diagnóstico é estático é viciar toda a análise.

2. A “avaliação externa”, como qualquer avaliação deveria ser autónoma e independente. Não haverá vício pelo próprio facto do criador da CIF ser também seu avaliador ?
O voluntarismo tendo como ponto de partida a bondade do instrumento não é suficiente para que a avaliação externa não navegue nas águas instáveis da subjectividade.
Como disse David Rodrigues na sessão reconhece-se o esforço que os avaliadores devem ter feito para serem objectivos mas, provavelmente, isso será sempre insuficiente, dado que o vício é de base.

Esta avaliação nunca poderia chegar à conclusão a que chegou L. M. Correia sobre a CIF:
E: No estudo "A Utilidade da CIF em Educação" concluiu precisamente sobre a inutilidade deste instrumento. Como chegou a essa conclusão?
LMC: Considerei uma amostra composta por sete grupos de participantes que se estendia por sete agrupamentos, sendo cada grupo constituído por um professor do ensino regular, um professor de educação especial especializado e um psicólogo. Pedi aos 21 participantes que respondessem a um questionário sobre a utilização da Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) em educação e aos sete grupos de participantes que analisassem um estudo de caso (o mesmo que o Ministério da Educação usou na formação que fez sobre a CIF), tendo por base, ipsis-verbis, as instruções e recomendações formuladas nos documentos emanados do ministério.
No que respeita aos resultados, as respostas dos participantes ao questionário foram totalmente contraditórias, revelando uma profunda falta de conhecimento sobre a utilidade da CIF em educação. Quanto ao tratamento do caso propriamente dito, tendo em conta a necessidade do uso da Checklist contida no manual Educação Especial: Manual de Apoio à Prática, os resultados foram os mais díspares, consubstanciando uma heterogeneidade de posições que aparentam um comportamento aleatório quanto à escolha das opções.

3. Verdadeiramente, não há CIF para Crianças e Jovens. E isso é um problema importante. A CIF (funções do corpo) que está traduzida em português é a dos adultos e outra não existe. Mas isto pelos vistos não constitui qualquer problema para os “convertidos” da CIF.
Parece que vai sair uma versão final. Esperemos que completa.

4. O mundo da educação especial já existia antes do DL 3/2008. Parece que a educação especial se iniciou em Janeiro de 2008 e um manto de silêncio caiu sobre o que se fez até então, principalmente a partir do 319.

5. Sobre as Equipas multidisciplinares não vale a pena tapar o sol com a peneira. Se há alguns casos em que existem e funcionam, a realidade afasta a ficção na maior parte dos agrupamentos.
As equipas que existem são, quase sempre, constituídas pelos técnicos e docentes do agrupamento e o roteiro de avaliação, CIF e PEI resultantes do seu trabalho. Obviamente que utilizam os elementos de avaliação internos ou externos que existem.

6. Que implicações podem ter os relatórios externos ? Imaginemos a situação em que os médicos ou psicólogos dizem que a criança deve ter EE ou se deve sentar na fila da frente, ou deve ficar perto do professor…
Ignoram quantos alunos já se sentam na fila da frente, quantos alunos com NEE já existem naquela turma e os pareceres, contraditórios ou não, que há sobre o mesmo aluno.
Se juntarmos casos de hiperactividade, problemas sensoriais visuais ou auditivos para serem mais facilmente controláveis, verem melhor ou ouvirem melhor… toda a turma fica na fila da frente !
E quando há relatórios psicológicos, ou outros, contraditórios ? E quando a turma tem mais de 20 alunos ?    

7. Ao definir-se, previamente, uma taxa de 1,8% para os alunos com NEE, a CIF pode ter utilidade? O mesmo acontece em relação ao número de alunos por turma. Os resultados da CIF podem alterar o ratio previsto? Em abono da verdade este problema não tem a ver apenas com a CIF mas com os resultados de qualquer outro instrumento de trabalho.

8. Já aqui referi as vantagens da CIF. Elas são reais. Mas há mais educação ou educação especial para além dela. É da prática e da reflexão sobre a prática que pode resultar a inclusão. A CIF pode ajudar.

Razia

A lista das escolas que fecham está aqui

Gente muito....muito... importante

                                                 era um homem
                                                 muito importante

                                                 a mulher também era
                                                 muito importante

                                                 era um casal muito
                                                 muito importante
                                                                                
                                                 vivia
                                                 numa cidade          muito importante

                                                 até fizeram testamento
                                                 um ao outro
                                                 da sua importância

                                                 e consta
                                                 que os notários
                                                 não levaram
                                                 honorários

                                         (Silva Amaro, À janela da vida, 1995)

13/08/10

O que entra na sala de aula...

"Os nossos «maus alunos» (alunos considerados sem futuro) nunca vão sozinhos para a escola. O que entra na sala de aula é uma cebola: algumas camadas de tristeza, de medo,  de  inquietação, de rancor, de raiva, de desejos insatisfeitos, de renúncias furiosas, acumuladas sobre um fundo de passado humilhante, de presente ameaçador, de futuro condenado. Reparem, vejam-nos chegar, o corpo em transformação e a família dentro da mochila."(1)
Como na poesia de Maria Rosa Colaço:

Outra margem

                                                          E com um búzio nos olhos claros
                                                          Vinham do cais, da outra margem
                                                          Vinham do campo e da cidade
                                                          Qual a canção? Qual a viagem?

                                                          Vinham p’rá escola. Que desejavam?
                                                          De face suja, iluminada?
                                                          Traziam sonhos e pesadelos.
                                                          Eram a noite e a madrugada.

                                                         Vinham sozinhos com o seu destino.
                                                         Ali chegavam. Ali estavam.
                                                         Eram já velhos? Eram meninos?
                                                         Vinham p’rá escola. O que esperavam?

                                                        Vinham de longe. Vinham sozinhos.
                                                        Lá da planície. Lá da cidade.
                                                        Das casas pobres. Dos bairros tristes.
                                                        Vinham p’rá escola: a novidade.

                                                        E com uma estrela na mão direita
                                                        E os olhos grandes e voz macia
                                                        Ali chegaram para aprender
                                                        O sonho a vida a poesia.


(1)  Pennac, Daniel (2009), Mágoas da escola, Porto Editora, pag.60

Uma resolução e quatro recomendações

Foram publicadas no Diário da República, 1.ª série, n.º 155, 11 de Agosto de 2010, as resoluções da AR seguintes:
- Resolução da Assembleia da República n.º 92/2010 - Recomenda ao Governo que proceda a uma reavaliação do reordenamento da rede escolar estabelecida pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 44/2010, de 14 de Junho.
- Resolução da Assembleia da República n.º 93/2010 - Definição de critérios para o reordenamento do parque escolar do 1.º ciclo do ensino básico.
- Resolução da Assembleia da República n.º 94/2010 - Recomenda a criação de uma carta educativa nacional e a suspensão da aplicação da Resolução do Conselho de Ministros n.º 44/2010, de 14 de Junho, que define os critérios de reordenamento da rede escolar.
- Resolução da Assembleia da República n.º 95/2010 - Recomenda ao Governo critérios de qualidade no reordenamento da rede escolar.

1 - O que haverá de errado na Resolução do Conselho de Ministros n.º 44/2010 que necessite de quatro recomendações da AR ?
2 - Será que estas recomendações vão ter algum efeito prático ou tudo vai continuar na mesma ?